REAÇÃO TRANFUSIONAL

Autora: Ana Carolina de Morais Rêgo Palmieri - Enfermeira de Educação Continuada

A enfermagem tem um importante papel no processo terapêutico de hemotransfusão, pois a detecção precoce das reações transfusionais determina o prognóstico do paciente. A ocorrência destas reações está associada a diferentes causas, dentre as quais fatores de responsabilidade da equipe hospitalar como erros de identificação de pacientes, amostras ou produtos, utilização de insumos inadequados (equipos, bolsa, etc.), fatores relacionados ao receptor e/ou doador como existência de anticorpos irregulares não detectados em testes pré-transfusionais de rotina.

Conceito:
Toda e qualquer intercorrência que ocorra como consequência da transfusão sanguínea, durante ou após a sua administração. 

Classificação das Reações:

• Imediatas: ocorrem durante o procedimento ou em até 24 horas após a transfusão.
• Tardias: ocorrem 24 horas após a transfusão.
• Imunológicas e não-imunológicas.
• Gravidade: leve, moderada, grave e óbito. 

Sinais e Sintomas:

• Febre.
• Calafrio.
• Hipertensão ou hipotensão.
• Desconfortos respiratórios.
• Naúsea e/ou emese.
• Dor no local da infusão venosa.
• Dor torácica e/ou abdominal.
• Reações cutâneas (prurido, urticária, edema localizado ou generalizado).

Material:

• Termômetro.
• Aparelho de PA (pressão arterial).

Descrição da Técnica:
A conduta recomendada frente a uma reação transfusional é:

1. Interromper imediatamente a transfusão, fechando o equipo e protegendo a ponta do mesmo.
2. Salinizar o acesso venoso com solução fisiológica.
3. Aferir os sinais vitais (PA, FC, FR e T) e as condições clínicas do paciente.
4. Solicitar avaliação médica imediatamente.
5. Executar a prescrição médica após a avaliação: anti histamínico, antitérmico, corticóide e/ou oferta de O².
6. Comunicar o Serviço de Hemoterapia para possível investigação do evento (hemovigilância).
7. Anotar o número da bolsa de hemoderivados que ocasionou o evento.
8. Preencher a ficha de notificação transfusional.

9. Registrar o ocorrido no prontuário do paciente (evolução de enfermagem e anotação de enfermagem). 

Hemovigilância é o conjunto de procedimentos de vigilância que abrange todo o ciclo do sangue, com o objetivo de obter e disponibilizar informações sobre os eventos adversos ocorridos nas suas diferentes etapas para prevenir seu aparecimento ou recorrência, melhorar a qualidade dos processos e produtos e aumentar a segurança do doador e receptor.

Ações da Anvisa para a Hemovigilância:

Diversas ações já foram realizadas no sentido de concretizar o SNH como:

• Iinserção das notificações de eventos adversos relacionados ao uso de sangue e hemocomponentes;
• Utilização do Sistema de Notificação em Vigilância Sanitária – Notivisa como definidor de processos de trabalho;
• Algoritmos para notificação e investigação de reações transfusionais;
• Participação em eventos voltados para a construção do SNH;
• Capacitação, em cursos e oficinas com técnicos de saúde da vigilância sanitária de estados e municípios e da vigilância epidemiológica, especialmente dos programas de hepatites, de HIV/Aids e profissionais de saúde de serviços de hemoterapia e de hospitais da Rede Sentinela;
• Publicações de manuais técnicos como Manual Técnico de Hemovigilância, Manual Manual Técnico para Investigação da Transmissão de Doenças pelo Sangue e Manual Técnico da Hemovigilância, Investigação das Reações Transfusionais Imediatas e Tardias Não Infecciosas, Boletim de Hemovigilância, entre outras;
• Reformulação, em 2015, do escopo da hemovigilância no país com a incorporação dos eventos adversos de todo o ciclo do sangue e retrovigilância e a produção do Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância - Guia de hemovigilância - que apresenta as novas diretrizes para o sistema.

Vídeo: Reações Transfusionais Imediatas, Universidade Federal do Ceará - Youtube.

Referência: 

Anvisa. Disponível em:http://portal.anvisa.gov.br/hemovigilancia. Acesso: 24/08/2017.

Data da última revisão: agosto de 2017.