Autora: Ana Carolina de Morais Rêgo Palmieri - Enfermeira de Educação Continuada
A coleta de sangue é feita para adquirir informações sobre doenças e funções dos órgãos. Como o sangue flui por todo o corpo, atuando como meio de obtenção de oxigênio e nutrientes pelos tecidos, e levando de volta os produtos usados para os sistemas excretórios, o estado do sangue afeta, ou é afetado, por muitas doenças ou condições médicas. Por estas razões, os exames de sangue são os exames médicos mais comuns.
A coleta de sangue a vácuo é a técnica de coleta de sangue venoso mais recomendada atualmente. É usada mundialmente e na maioria dos laboratórios brasileiros, pois proporciona ao usuário inúmeras vantagens:
- Fácil manuseio: é um destes pontos, pois o tubo para coleta de sangue a vácuo tem, em seu interior, vácuo calibrado e em capacidade proporcional ao volume de sangue informado em sua etiqueta externa, o que significa que, quando o sangue parar de fluir para dentro do tubo, o flebotomista terá a certeza de que o volume de sangue correto foi colhido. A quantidade de anticoagulante/ativador de coágulo é proporcional ao volume de sangue a ser coletado, gerando, ao final da coleta, uma amostra de qualidade para ser processada ou analisada;
- Conforto ao paciente: é essencial, pois com uma única punção venosa pode-se, rapidamente, colher vários tubos, abrangendo todos os exames solicitados pelo médico;
- Garantia da qualidade nos resultados dos exames, fator relevante e primordial em um laboratório;
- Segurança do profissional de saúde e do paciente, uma vez que a coleta a vácuo é um sistema fechado de coleta de sangue: ao puncionar a veia do paciente, o sangue flui diretamente de sua veia para o tubo de coleta a vácuo. Isso proporciona ao flebotomista biossegurança, pois não há necessidade do manuseio da amostra de sangue.
Material:
- Adaptador de sistema a vácuo.
- Luvas de procedimento.
- Agulha (calibre conforme faixa etária).
- Álcool a 70%.
- Garrote.
- Tubo (s).
- Etiqueta de identificação do paciente.
- Adesivo absorvente.
Descrição da Técnica:
- Verificar o pedido médico e o cadastro do exame;
- Checar o tempo de jejum do paciente se houver necessidade;
- Separar o material;
- Higienizar as mãos;
- Realizar a meta 1 de segurança internacional do paciente, conforme a norma institucional;
- Orientar o paciente sobre o procedimento;
- Posicionar o paciente confortavelmente para não interferir na amostra (desconforto e ansiedade);
- Avaliar as condições da rede venosa: o local de preferência para as venopunções é a fossa antecubital, onde está localizado um grande número de veias, relativamente próximas à superfície da pele, dentre elas: cefálica, cubital mediana e basílica;
- Abrir as embalagem respeitando a técnica adequada;
- Rosquear a agulha no adaptador do sistema a vácuo;
- Organizar os tubos na sequencia para coleta;
- Garrotear o braço do paciente (distância entre o garrote e o local da punção: 7,5 - 10 cm/ tempo de garroteamento: até 60 segundos);
- Calçar as luvas de procedimento;
- Realizar antissepsia da pele no local da punção com álcool a 70% para prevenir a contaminação direta do paciente e da amostra com um movimento circular do centro para fora;
- Permitir a secagem da área por 30 segundos para prevenir hemólise da amostra e reduzir a sensação de ardência na venopunção;
- Não assoprar, não abanar e não colocar nada no local;
- Não tocar novamente na região após a antissepsia;
- Se a venopunção for difícil de ser obtida e a veia precisar ser palpada novamente para efetuar a coleta, o local escolhido deve ser limpo novamente;
- Fazer a punção numa angulação oblíqua de 30º, com o bisel da agulha voltado para cima. Se necessário, para melhor visualizar a veia, esticar a pele com a outra mão (longe do local onde foi feita a antissepsia);
- Inserir o primeiro tubo a vácuo;
- Desgarrotear assim que o sangue começar a fluir para dentro do tubo e pedir para o paciente abrir a mão;
- Realizar a troca dos tubos sucessivamente;
- Homogeneizar imediatamente após a retirada de cada tubo, invertendo-o suavemente de 5 a 10 vezes;
- Após a retirada do último tubo, remover a agulha e fazer a compressão no local da punção, com gaze seca;
- Exercer pressão no local, em geral, de 1 a 2 minutos, evitando-se, assim, a formação de hematomas e sangramentos. Se o paciente estiver em condições de fazê-lo, orientá-lo adequadamente para que faça a pressão até que o orifício da punção pare de sangrar.
- Descartar a agulha imediatamente após sua remoção do braço do paciente, em recipiente para materiais perfurocortantes;
- Fazer curativo oclusivo no local da punção;
- Retirar as luvas de procedimento;
- Colocar a etiqueta de identificação do paciente nos tubos;
- Recompor a unidade;
- Higienizar as mãos;
- Transportar as amostras ao laboratório;
- Registrar o procedimento no prontuário do paciente.
Referência:
Data da última revisão: março de 2017.